MEDUSA: A ASCENSÃO DA SERPENTE (2025)

Desde o primeiro momento, “Medusa: A Ascensão da Serpente” arrebata com uma ambientação carregada de mistério e tensão. A protagonista, Bárbara Hidalgo, emerge de um grave atentado contra sua vida e assume o leme de um império empresarial que mais parece um ninho de serpentes — a metáfora da serpente no título nunca parece tão apropriada. A direção de fotografia capta com elegância esse mundo de luxo e traição, enquanto a trilha sonora contribui para criar uma atmosfera quase sufocante. Mesmo assim, em alguns momentos, o ritmo oscila entre o acelerado demais e o arrastado — o que pode deixar o espectador questionando se está assistindo um thriller de verdade ou um folhetim glamouroso. Ainda assim, a sensação geral é de uma jornada eletrizante e visualmente sedutora.

No centro da história está o conflito familiar: Bárbara enfrenta não apenas inimigos externos, mas também membros da própria linhagem Hidalgo, gente que ela acreditava confiar. Essa dinâmica entre poder, memória perdida e lealdades duvidosas compõe o cerne emocional da narrativa. A atriz principal entrega momentos intensos, revelando vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, uma determinação feroz — o que torna o seu arco bastante envolvente. Os personagens coadjuvantes ajudam a dar cor ao enredo, mesmo que alguns caiam em estereótipos de domínio corporativo e traição previsível. Afinal, ver a protagonista descobrir quem realmente puxa as cordas soa como descobrir que a serpente estava no galho de casa o tempo todo.

Visualmente, o filme acerta ao combinar cenários luxuosos — iates, jatos, mansões — com sombras e ângulos que lembram thrillers clássicos. Há cena(s) memorável(eis) onde a luz e o reflexo da água sugerem que algo está sempre escondido abaixo da superfície — exatamente como a trama propõe. A montagem, porém, por vezes exagera nos cortes rápidos, deixando pistas importantes quase descartadas. Isso pode frustrar quem gosta de um mistério bem trabalhado e lógico. No entanto, se você estiver disposto a entrar no jogo de aparências e tensão, cada cena funciona como peça de um quebra-cabeça elegante — ainda que imperfeito.

Em termos de temas, “Medusa: A Ascensão da Serpente” lida com memória, identidade e poder feminino de forma ambiciosa. A premissa de Bárbara perder parte das lembranças e, ao mesmo tempo, recuperar seu lugar no mundo, oferece terreno fértil para reflexão. Por outro lado, o filme não evita cenas de glamour extremo e sensualidade, que podem parecer exageradas ou distrativas para alguns — pontuações críticas apontam que a sensualidade é mais decorativa do que substancial. Ainda assim, o filme tem o mérito de provocar: o quão vulnerável é uma mulher no topo, e até onde vai a ambição daqueles que a cercam? Se por vezes falta profundidade, sobra provocação.

Para fechar, se você está em busca de um thriller corporativo com muita ostentação, reviravoltas, luxo e a clássica trama de “quem está por trás de tudo”, este filme entrega. Mas se seu gosto é por narrativas enxutas, personagens impecavelmente construídos e desfechos fechados, pode acabar saindo com uma sensação mista — “tinha potencial, mas ficou aquém”. Ainda assim, é difícil negar: a experiência visual e emocional de “Medusa: A Ascensão da Serpente” vale para quem gosta de mergulhar no universo glam-escuro do poder. E você — vai encarar essa serpente ou ficar à margem do tabuleiro? 🐍✨